sexta-feira, 27 de março de 2009

60 minutes: Earth Hour!

A "hora do planeta" será realizado dia 28 de Março, às 20h30, no qual governos, empresas e a população de todo o mundo são convidados a apagar as luzes para demonstrar sua preocupação com o aquecimento global. O gesto simples de apagar as luzes por sessenta minutos, possível em todos os lugares do planeta, tem como objectivo chamar para uma reflexão sobre a ameaça das mudanças climáticas.


Este gesto já vem sendo feito há 2 anos, e começou em Sidney, como mostra no vídeo abaixo, e hoje mobiliza todo o mundo.


No site oficial, neste link aqui, você sabe mais do projeto, e ainda pode participar de toda a estrutura virtual montada para dar ainda mais ênfase e continuidade à idéia, além de interligar os participantes de todo o mundo.

Vamos participar! O Planeta em alerta! Hora de apagar a luz!


terça-feira, 24 de março de 2009

Rubem Alves: A complicada arte de ver


Apenas transcrevo este artigo que saiu na Folha Online, e que pode ser visto neste
link. Descobri este texto em um destes pps que chegam em nossas caixas de emails, editado por Morita. Parabéns não só pela edição e divulgação, mas também por ter colocado a fonte de onde foi extraída, e principalmente, por ser verossímil, o que normalmente não se é ou não se tem!

Confesso que a profundidade retratada por Rubens Alves é atemporal, e merece não só nossa atenção, mas nossa "abertura" para um novo ver e uma nova forma de receber as coisas tão simples da vida, que carregam todo o mistério de beleza que não conseguimos perceber na correria da vida.

Folha Onlinesinapse

26/10/2004 - 02h56

Rubem Alves: A complicada arte de ver

Rubem Alves
colunista da Folha de S.Paulo

Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões _é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto."

Marcelo Zocchio

Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver".

Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.

William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.

Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.

Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. "Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios", escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada "satori", a abertura do "terceiro olho". Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: "Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram".

Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, "seus olhos se abriram". Vinícius de Moraes adota o mesmo mote em "Operário em Construção": "De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa _garrafa, prato, facão_ era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção".

A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas _e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.

Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas".

Por isso _porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver_ eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar "olhos vagabundos"...

Rubem Alves, 71, educador, escritor. Livros novos para crianças e adultos-crianças: "Os Três Reis" (Loyola) e "Caindo na Real: Cinderela e Chapeuzinho Vermelho para o Tempo Atual" (Papirus).

Site: www.rubemalves.com.br

segunda-feira, 23 de março de 2009

Um passageiro momento de aridez


Parece irônico a arte de amar!
Quando se vê de fora da esfera, é como se tudo se repetisse!
Sonhos e fé. Fé no outro, fé em si, fé no amor.
E é nesta fé que vai se permitindo a entrega cada vez mais.
E a cada entrega uma nova descoberta.
Contudo, este filme já se vivera em outrora, e não teve um final feliz.
Por que repetí-lo, então?

Embora por vezes deseje voltar, regressar ao meu estado de amor pueril,
confesso que não temo mais os "caprichos" do amor.
Se ele for eterno, serei plenamente feliz em um.
Se ele se for um dia, eu o vivi plenamente enquanto durou.
Dor, sim. Muita. Sobrepondo em muito as belas lembranças vividas.
Estas que não poderão ser mais lembradas.
Contudo, se viveu. Aprendeu. Cresceu.

Engraçado perceber neste meu passageiro momento árido, algumas ironias já ouvidas.
Risadas de pessoas que também estão nesta aridez.
Pessoas também que já acreditaram, como todos um dia, e também sofreram.
Pessoas que se fecham para não "se perderem" mais.
Que ao nos verem assim, lúdicos com o amor, riem de nossa estupidez.
Estupidez de amar!Sim, estupidez! Por que não?
Tornamo-nos tão vulneráveis, tão crédulos, tão felizes!
Amamos, pra depois sofrer!
Sorrimos tanto, para restar apenas as lágrimas e a solidão!

As reações de quem ama são sempre as mesmas.
Brilho nos olhos. Pensamentos perdidos no ser amado.
Companherismo. Cumplicidade. Entrega. Desejo. Amor.
Encontro de corações, de almas, de corpos.
É claro que cada amor tem sua peculiaridade.
Assim, como as entregas e os encontros nem sempre acontecem da mesma forma, nem em suas totalidades e plenitudes.
Mas o foco sempre se encontra no que de belo está vivendo.
Na felicidade da escolha feita.
Nos ganhos e nas qualidades de tudo o que se têm!

As reações de perdas são sempre as mesmas também.
Tudo começa com a perda de foco. Ah, o foco!
Prende-se em tudo que se perdeu, e em todos os defeitos e incômodos.
E quando menos se espera, já se desviou do que era importante até então.
A perda sempre vem para os dois lados.
Contudo, só a sente de imediato aquele que não teve a chance, nem o tempo de sair do navio antes que ele afundasse.
Quem não teve a chance de buscar o entreterimento de um novo foco.
Então, inicia-se ou reinicia-se a trajetória da dor da perda.
A indignação de como a pessoa pode viver sem nosso amor!
A vontade de resgatar o que já não pode, e principalmente, o que não quer ser mais resgatado!
Dor, solidão! Vazio, desilusão!

E como tudo tem um tempo!E como quase tudo se vai com o tempo...
Este também "conforma" e "anestesia" a dor que se cansa de doer.
Este também prepara o coraçãozinho para o que de novo há por vir.
E quando este vem, quando chega, tudo volta a ser inebriante e luz novamente.
Num ciclo, vicioso, talvez, natural, provalvemente, que não se permite prender-se na possibilidade de nova perda, mas na capacidade de novamente amar.
E assim, numa esperança de que este ciclo não precise se repetir mais em nossas vidas, seguimos.
Doando todo nosso amor, à espera de uma reciprocidade, para assim vivê-la em toda sua magnitude.

Será realmente bobagem pensar em eterno? Será realmente pueril?
Racionalmente, talvez. Assim, como ver o amor como estupidez.
Contudo, mesmo sabendo que nada sabemos, que nada controlamos, acreditamos.
E vivemos! E amamos! Porque não importa o quanto débeis ou irracionais sejamos!
O importante é se permiter viver o que tanto clama o coração.
Permitir-se ser invadido de tamanha paz e felicidade.
Conforto da alma. Paz do espírito. Chama do corpo.
E naturalmente derreter-se, até se entregar.
Dois em um ... enquanto existir o amor!
E que este amor, nunca se acabe!
Amém.

Fim deste passageiro momento de aridez!
Que outros virão? Não tenho dúvida.
Apenas talvez para tornar ainda mais terna a minha admiração quanto à arte de amar.
Porque o que mais temos são justamente razões para o contrário.
E mesmo assim, persistimos, felizmente!
Quão triste seria o mundo sem este belo dom! Tão escuro! Tão frio!
E como não poderia ser diferente, e que assim seja sempre:
Um ode ao amor!

sexta-feira, 20 de março de 2009

The Animals save the planet

Recebi um email hoje e fiquei simplesmente encantada com os vídeos educativos, principalmente para o público infantil, deste link.

Cada história visa trabalhar uma consciência ambiental de forma bem leve e engraçada.


As falas e as mensagens são em inglês, mas com o acompanhamento de um adulto e a facilidade da linguagem visual, facilmente a criança poderá entender as mensagens! Fica então, a dica!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Portal do Voluntário e Brasil ponto a ponto


Convido a todos que façam parte desta família solidária, que busca, sobretudo, todas as formas de dignidade, cidadania, paz e amor entre as pessoas. O importante saber qual perfil cada um se encaixa. Sempre há uma forma de ajudar e mudar! Desde o mais simples gesto até o mais entregue.


Entre tantos movimentos, ficamos por muitas vezes perdidos. Sendo assim, pretendo fazer uma "remessa" de pôsts dedicados a alguns projetos, que penso valerem a pena, como uma dica.

Começo, não podendo ser diferente, com o Portal do Voluntário, onde há sempre informações sobre os mais diversos projetos do país, e pode ajudar-nos a não nos perdermos entre tantos "fanfarrões" e "golpistas" que existem, infelizmente, por aí, já que é um site idôneo.

Foi justamente em um informativo deles que vi que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) prepara um Relatório de Desenvolvimento Humano consultando à sociedade. Para participar, acesse o site Brasil Ponto a Ponto.

Que tal começarmos com um simples clique e uns minutinhos apenas?

quinta-feira, 12 de março de 2009

Por que amei? Por que amar?

Por que cometi esta insanidade?
Por que abri meu coraçãozinho?
Estava ele ali tão protegido...
Só... mas protegido...
Acalentando-se apenas
nos amores platônicos
...e ideais...
...e imaginários...
e tudo era tão feliz e tão possível!

Então, pensei me render
e experimentar.
Ah, se tivesse a pílula azul de Matrix!
Ah, se pudesse voltar pra Caverna de Platão!
De fato, o problema é apenas um:
eu ia querer tomar?
eu iria querer voltar?

Quando se descobre como é bom cuidar,
como é bom ser cuidado!
Quando se descobre como é terno amar,
e muito mais quando este amar é amado também!
Ah, como é bom!

Como é doce contemplar o ser amado,
e se permitir ser acariciada, ser tocada,
deleitar-se no beijo e se entregar...
Ah, aqueles olhinhos!
Olhar para aqueles olhinhos...
Sentir aquele cheiro inebriante que brota no amar,
e degustar aquele gosto forte e saboroso de se apaixonar.
Abraçar até se derreter...
e se fundir em um.
Ouvir o último gemido,
suspiro.
Sentir o último arrepio,
o último pedido,
a última entrega.
Ah, e numa felicidade plena, se quedar,
confortavelmente,
como nunca em outro lugar,
nos braços do ser amado,
num encaixe tão perfeito,
para não querer mais se soltar.

No entanto, quase todo amor tem um fim.
E nem sempre este fim chega ao mesmo tempo para ambos.
Como dói! Como a vida se torna injusta nestas horas!
De um paraíso, para a terra de maior desalento!
Lembranças, quereres, tentativas, esperas...
E quando nada acontece a dor aumenta.
Por conseguinte, fechamos nosso coraçãozinho.
E aí de quem ousar entrar!
Momento de proteção! De medo...
Abala-se a fé... a confiança... a esperança.

Hora de voltar pro meu mundo de outrora.
Cadê a chave pra voltar? Quero meu esconderijo!
Como era doce minha vida de sentimentos platônicos...
Tão segura!
Busco, mas não o encontro.
Foi um passo sem direito a retorno.
Uma vez que se transpõe a barreira do imaginário para o real,
não se consegue mais voltar.
Quantas saudades de minha doce ingenuidade.
Tão intocada! Tão pura!

Só um buraco.
Só um buraco que resta no coraçãozinho.
Um vazio a ser preenchido.
Que se queda numa espera ansiosa.
Por vezes, aflita.
Por muitas, carente.
E recomeça-se as buscas.
A necessidade imediata de substituição.
Para que esta dor acabe logo.
Tentativas frustradas.
Mais vazios. Tantos danos.
E a cada desconstrução,
mais pedras dos entulhos se acumulam
e mais pedregoso e infértil vai ficando o coração.
Cansaço. Desânimo. Conformismo.

E quando menos se espera.
Lá está.
Novamente o coraçãozinho batendo acelerado.
A vontade crescendo no peito.
O amor brotando
e se derramando.
A felicidade de amar e se sentir amado retoma ao seu lugar.

Somos tão insanos assim?
Sabemos o que pode acontecer.
Por que tentar? Pra que arriscar?
Permitir-me tentar de novo?
Isso é sadismo? Loucura?
Ingenuidade? Fé?

Talvez seja a fé no Amor.
Talvez seja a loucura de Amar.
Embora, por mais que queiramos,
explicações ou entendimentos,
não há respostas.
Há sentimentos.
Há instinto de querer continuar.
Há vontade de seguir e amar.

Se este ciclo se repete para sempre?
Queira Deus que não.
Que em algum momento ele sossegue!
E por fim, se encerre.
E o amor permaneça!
E na sua forma mais plena,
ali amadureça.