Esta palestra do #FlavioGikovate no café filósofico é um muito rica e nos convida a "repensarmos" nossa forma de relacionarmos pra não cairmos na velha conduta da "dupla social", ainda mais alimentada pela sociedade do hoje que se encontra rendida ao "desejo". O desejo, como bem colocado, não pode ser a palavra de ordem.
#MarciaTiburi e #GiselleGroeninga também nos coloca que a sociedade em que restringe o essencial à aparência e à super eficiência traz uma visão reducionista do objeto como forma de dominação.
Como já disse outras vezes, cada vez mais limitamos nosso eu no outro, permeando o superficial que me permito e que me eh permitido, reduzindo o essencial, o cuidado, o olhar. Acho "boring" aquelas "performances de academia" e/ou aqueles 10min de qualidade depois de horas de promessas vãs seguidas do "foi bom pra vc?". O conectar-se, que é tão raro hoje, é justamente o que tanto aprecio. Demorar-se no olhar do outro e permitir-se.
Ainda me assusto quando ouço algumas pessoas dizendo que é pra "segurar o q vier" porque o "tempo" está acabando, e fico pensando que "não me enquadro" neste "o q vier". Não estou desesperada para isso! Como bem constatado, a sociedade hoje possibilita viver nosso "eu" de forma livre e muito bem, sem os ranços preconceituosos, então se for para se envolver tem que ser para agregar, edificar, construir uma relação, não trazer mais desgastes e estresses que a vida já nos impõe naturalmente com nossas obrigações diárias. Nada que uma deliciosa taça de vinho e boas risadas já não nos relaxe! Tem que se adentrar, senão não vale a pena mergulhar e se jogar!
Como dizia #CarmitaAbdo, as pessoas antes quando atraídas, buscavam o envolvimento e depois, vinculavam- se, no entanto, cada vez mais hoje, as pessoas estão vinculando-se primeiro e só depois, e na grande maioria não, se envolvem. Percebo que nesta sociedade tão frenética as pessoas não querem perder tempo e perdem- se nesta loucura. O cara não "perde mais tempo" em saber de você, ele já inicia uma conversa demonstrando o deu declarado interesse sexual, e se você entra neste jogo, rapidamente o "vínculo" se estabelece e amanhã ninguém liga pra ninguém, simples e gélido assim. De fato, esta instantaneidade pode ser sexy quando se está no mesmo momento, mas confesso que acho uma profunda "falta de criatividade" e, por vezes, maturidade esta aproximação agressiva, gosto de abordagens sutilmente mais inteligentes, mesmo quando estou afim, rs! Deleitar-se sem o afoito fim.
Enfim, falta gentileza, cuidado, pequenos gestos de perceber o outro. E é justamente porque as pessoas estão tão machucadas e/ou com medo que elas preferem não adentrar no universo do outro e ficam no seu confortável habitat seguro. Tivemos a revolução sexual, a liberdade das mulheres, a independência do sexo, mas nos perdemos nas construções das relações, e é neste processo de redefinições que percebo, que neste cenário que hoje me é apresentado, não me disponho a ter pressa!
Links que me inspiraram o refletir:
https://www.youtube.com/watch?v=iv-nKzqb7D4&feature=youtu.be
As ricas reflexões da #CaterinaKoltai veio corroborar o q há tempos venho pensando sobre as utopias das relações. Como é um tema muito amplo, vai do político ao papel dos pais e das crianças, a partir dos 40min, deixo a dica. Sobre os relacionamentos afetivos, há muito venho percebido e todas as palestras aqui sugeridas vem nos mostrar os conflitos vividos hoje quanto ao papel do homem e da mulher.
Com discursos contraditórios, ambos vão se desencontrando pelo caminho. Muitas mulheres q dizem que "só querem sexo e não se envolver", aguardam a ligação do cara, ou ficam chateada e indignada quando ele fica com outra pessoa, ainda mais se for do seu vínculo, assim também muitos homens q dizem q "querem namorar" se dispersam rapidamente perdendo o foco e os q "prometem super performace" morrem em apenas alguns minutos de prazer. Este modelo de "mulheres poderosas e independentes sexuais" e de "homens pra casar e máquinas de prazer" estão em análise de todo o mundo. Desta forma estou tentando descomplicar minha vida pessoal, afetiva, sexual de forma a não me armadilhar nas teias dos extremos das ideias de submissão e guerra dos sexos. As diferenças entre o homem e a mulher devem ser respeitadas e aceitas de forma a garantir a igualdade dos direitos e deveres de ambos. Já passei muitos momentos conflituosos do ser ou não ser, aceitar ou não aceitar, fazer ou não fazer, e acredito q todos também encontram seus dilemas diariamente, mas em alguns momentos consigo descomplicar, por mais incompreendida q eu seja por algumas pessoas, mas não as culpo, também por diversas vezes ja o fiz, infelizmente, e não me orgulho disso, afinal ainda carregamos os adestramentos sociais q por anos sofremos ou as imposições destes novos modelos.
A sociedade encontra-se tão preocupada em traçar seus estigmas quanto ao outro q esquece de cuidar e respeitar os laços das relações estabelecidas q ela possui, caindo na dupla social em todos os seus campos. Enfim, busco respeitar a relação afetiva do outro e não me permito, por mais tentador q seja às vezes, ceder às seduções de pessoas comprometidas porque espero o mesmo respeito por mim, nas minhas relações. Mas também não vou me prender a viver a liberdade q uma vida de solteira permite com outras pessoas também solteiras pra agradar ou não chocar, incomodar... ah, e como já o fiz!
Estou me sentindo cada vez mais livre em mim! E como é bom despir destes medos e amarras sociais! Não quero me fardar destas cobranças ou julgamentos, quero descomplicar e viver o q a vida me oferece, com o "sim" e o "não" q eu me sentir a vontade para dar aquele momento. Diante da minha permanente incompletude, quero buscar sempre, todos os libidos que movem a minha vida, ciente das utopias q não serão alcançadas, mas q não serão por isso frustradas, mas vividas da melhor maneira q foi possível naquele momento se viver.