No dia 19/03 assisti uma
reportagem muito boa no CQC, um programa que gosto muito e que há tempos não
via, e achei importantíssima levantar este tema aqui e postar o vídeo
Em momento de caos, de
catástrofes, de situações de extrema dificuldade e escassez como podemos ficar
alheios? Como podemos no meio a tanta desgraça e tristeza não nos
solidarizarmos, não intervirmos?
A seca do nordeste do país, como
no sertão da Paraíba, do norte de Minas Gerais, como o Vale do Jequitinhonha,
assim como tantas outras regiões, são realidades diárias de pessoas que tem que
conviver com o pouco de água que conseguem e valorizam cada gota.
Ao receber o email com uma
apresentação de uma entrevista que relatava a história de Moussa Ag Assarid, um
nômade Tuaregs, ao norte de Mali, no Deserto do Saara, conhecidos como homens
azuis, que hoje estuda na Universidade de Montpellier, dizia que a vida no
deserto consiste em buscar fontes de água, e que ao ver a primeira torneira na
vida, sentiu vontade de chorar. A entrevista feita por Victor-M. Amela, e
editado por © JMascaró 2009 possui trechos que nos levam a reflexão: “Ali cada pequena coisa te proporciona
felicidade. Cada toque é valorizado. Sentimos uma enorme alegria pelo simples
fato de nos tocarmos e estarmos juntos. Ali ninguém sonha com chegar a ser,
porque cada um já o é!“. “Lá nós olhamos as estrelas todas as noites e cada
estrela é diferente das outras como cada cabra é diferente. Aqui, à noite, você
olha para TV”. “Vocês tem tudo, mas não acham suficiente. Vocês se queixam.
Na França passam a vida reclamando!
Aprisionam-se pelo resto da vida à uma dívida bancária, num desejo de possuir
tudo rapidamente ... No deserto não há congestionamentos e você sabe por quê?
Porque lá ninguém quer ultrapassar ninguém!”
“Aqui vocês tem relógio, lá temos tempo.”
Contrapondo, há as inundações e
deslizamentos que também atingem tantas cidades, trazendo as mais perdas e
desesperos, sem contar tantas outras mazelas que envolvem nosso país.
Só que o Brasil não é o único a
passar por estes problemas. Então, qual é o problema? O problema é COMO
buscamos agimos na PREVENÇÃO e SOLUÇÃO destes eventos.
As marcas do terremoto do Haiti
de 2010 ainda estão presentes no país devastado e que necessita da ajuda
externa para reconstruir e ainda está longe de se resolver, como mostrar a
reportagem da Veja de 2011 e da Globo em
2012.
No entanto, temos exemplos dos
EUA que mesmo com a tempestade Sandy (2012) e o furacão Katrina (2005)
demonstraram a capacidade de unir a população e o poder público em prol da
reconstrução, com poucas exceções de relatos de problemas. Assim como tsunami
que devastou o Japão em 2011, viu em pouco tempo sua população retomar à
normalidade com a aplicação eficiente dos recursos do país.
Se é possível nos mobilizarmos,
nos unirmos, porque não o fazemos? Pior, porque tentamos tirar vantagem de quem
está numa situação crítica?
Senti náuseas quando vi uma
denúncia de pessoas que furtavam doações recebidas para a população atingida
pelas enchentes em Santa Catarina, em 2008. Também senti nojo quando foram
noticiados os desvios de dinheiro do poder público que impediram a recuperação
de Nova Friburgo (RJ). A revelação em
2012, dos desvios das doações destinadas à Cruz Vermelha, no Brasil,
envergonharam a reputação de uma entidade filantrópica tão nomeada e respeitada
em todo mundo.
Hoje vi uma reportagem na Record de
um casal ambientalista que foi assassinado em 2011, José Claudio Ribeiro e
Maria do Espírito Santo, por defenderem a floresta amazônica.
O negócio é tão mais lucrativo que vale a
vida humana? Dinheiro ganho com sangue ou com a miséria humana traz felicidade? Conseguem dormir em paz?
A corrupção e o oportunismo egoísta em momentos de desastre e tragédias ou em ações lucrativas desprezam a vida e devem ser denunciadas para a promoção de um mundo mais humano.
Será que estas pessoas não
possuem consciência? O seu individualismo e egoísmo cegam tanto que não importa
mais nada? Como são capazes de tirar vantagem com a desgraça alheia?
Onde está a nossa compaixão e a
nossa solidariedade? Onde está a nossa humanidade? Onde está o nosso respeito à
vida e à condição humana?
Estou triste, indignada e assustada com o mundo ao meu redor!
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