quarta-feira, 19 de junho de 2013

Manifestações no Brasil



Enfim o Brasil está dando seu grito, está saindo do "trono do apartamento" como já diria Raul Seixas em Ouro de Tolo, e indo às ruas demonstrar suas insatisfações. E para tornar o momento ainda mais lindo no país, este levante às ruas está acontecendo em várias regiões do Brasil, além de todo apoio internacional recebido por brasileiros e afins que se manifestam em outros países.

Na verdade, o mundo está acordando. Na Europa e no Oriente vimos a todo momento protestos e manifestações. Fico feliz por agora ser no Brasil.  

Tudo começou pelo aumento das passagens de São Paulo, e algo que seria local se tornou internacional, com várias outras causas aderindo ao protesto.  O que me entristece é ver algumas algumas distorções e até mesmo despreparo por parte do movimento. Mas fico feliz de ver que  os que já passaram por isso estão "entendendo" e tentando dar um "norte", uma ajuda a este levante de se focar, de criar reivindicações consistentes para se posicionar junto ao poder público. 

Como muito bem dito em vários programas, inclusive, gostei muito do programa Encontro ontem com a Fátima Bernardes, com a presença de Pedro Bial, cientistas políticos e de segurança (risco), já que no dia anterior não havia em nada gostado da cobertura da Globo, e sim da Record,  no entanto, eles comentavam ontem que as manifestações tomaram um corpo tamanho que nem os que tiveram a ideia original talvez pudessem imaginar que chegaria a esta magnitude, por isso a necessidade de amadurecer o momento, de refletir, de gerar propostas. 

É importante ver com olhar crítico e não sermos as ovelhas de George Orwell na Revolução de Bichos que repetem tudo que mandam dizer. Então por favor,  não sejamos "Chê's sem causa". A juventude carrega consigo a vigor, a vontade e disposição de mudar, mas nem sempre tem a sabedoria suficiente para parar para ouvir e refletir sem rompantes. 

O problema do Brasil não são os vinte centavos, assim como não é a Copa. Os problemas essenciais sempre existiram deste há muitos anos. Então o que tem que mudar é lááá de trás que vem se repetindo e agravando a cada ano. Mas também não dá para sermos mais assistencialistas, não dá para tudo ser livre, alguém tem que pagar a conta do serviço prestado. Com certeza, se houvesse melhor eficiência administrativa do dinheiro público, menor desvio de verba, o custo de vida no Brasil seria muito menor e com maior qualidade. 

Então, agora é preciso que os gritos de "ordem" tornem ações concretas. Que sejam apresentadas propostas viáveis dentro das necessidades do país. Não pode ser algo vago. Transparência nas contas públicas, assim como nos projetos é o início para arrancar a corrupção enraizada há tantos anos no país. O fim da "politicagem" onde é necessário negociar a favor de um partido para que um bem à nação seja conseguido, principalmente quanto se trata de assuntos tão importantes, como a Reforma Tributária e Judicial, que deveriam estar além destas delongas, deveria-se votar por ser uma questão de ética em relação à função de representantes do povo que exercem.

Muitas boas iniciativas já foram tomadas, mas temos que reforçá-las, encorpá-las. Hoje o Brasil oferece cursos de capacitação técnica de graça para a população, existe bolsa para alunos que estudam à noite nas universidades, assim como há muitos universitários estudando fora do país de graça,  além das bolsas de pós graduação que chegam a ser maior que a de um professor (detalhe, o professor não tem direito a elas, caso queira se especializar).  Então não podemos criticar como assistencialistas as bolsas famílias, as cotas, o Enem, e tantas outras políticas afirmativas. Podemos repensar como elas acontecem, porque elas tem que vigorar até equalizar as diferenças sociais do país, e é necessário que se tenha ações políticas paralelas para que isso se torne possível.
O vandalismo, o radicalismo e anarquismo, ao meu ver, não contribuem para a democracia. Depredar um estabelecimento público não resolve, pelo contrário, o ônus do gasto público envolvido depois é voltado para nós mesmo. Seria mesmo que quebrar sua casa porque você está insatisfeito com sua família. Não é porque é público que não é de ninguém, pelo contrário, é nosso. Assim, como pessoas com idoneidade distorcida que aproveita qualquer ocasião para furtar, destruir, praticar violência. Também a força policial indevida gera ainda mais violência. Mas não podemos esquecer que atrás daquelas fardas existem pessoas como nós, que jogando água, pedra e paus não machucam aqueles cidadãos moral e fisicamente.

As manifestações pacíficas estão de parabéns. Agora é hora de avançar! De buscar propostas concretas para ações reais! 

"Oh meu Brasil, seu povo heróico, o brado retumbou, e assim, o sol da liberdade, em raios fúlgido brilhará no céu desta pátria amada nesse instante... "

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