Seguindo o pensamento do post Distorções dos valores do amor, deste amar sem esperar é que gostaria de citar outro paradigma que muito me incomoda. A necessidade das pessoas de amar em troca de algo. As pessoas buscam uma fé para obter algo em troca. Fazem barganha com Deus. Sou fiel à Sua fé, mas Você terá que me dar isso. E assim por diante. É comum ver as pessoas negociarem sua fé, e assim, vão trocando de religião, à medida que conhece outra que mais lhe oferece.
Não estou dizendo que não tenho fé, e que não peço coisas. Sim. Tenho fé. Só que a minha fé não se apega ao que ela me pode proporcionar de benefícios. A minha fé está baseada no amor. A minha fé está fundamentada na paz e no bem. Posso pedir muito algo. Posso ficar indignada quando algo muito triste me acontece. Posso ficar decepcionada quando perco. Posso me sentir frágil e vulnerável com as perdas. E mesmo quando estou fraca demais pra pedir, conformada demais para acreditar, machucada demais para sentir, uma Força me move e me conduz para atravessar aquela tribulação, e quando penso que não consigo mais, Ela me repousa numa bonança. Esta Força eu chamo de Deus. O Deus que eu acredito. O Deus amor.
Professo a religião católica. Tenho senso-crítico dos erros humanos que ela cometeu. Assim, como qualquer fé ou religião, há erros, porque são conduzidas por pessoas. Por isso nossa fé não deve se prender ao ser humano, justamente por ser falho. Qualquer forma de Poder cega quando a vaidade e a soberba são fomentadas. Por isso é tão importante focar a fé no que aquela religião/seita /filosofia professa. Os dogmas e os ritos que elas realizam. Conhecer profundamente a essência desta fé e ver se esta acalma teu espírito, repousa teu coraçãozinho e te deixa em paz com você e com as pessoas à sua volta. Por isso, não importa o que você escolhe acreditar e como decide viver. Importa é como você se sente sinceramente preenchido e bem ali. E importa o quanto você respeita as diferenças e as escolhas de cada um. Se sentindo em paz e transmitindo paz e bem, pronto.
Não estou dizendo que não tenho fé, e que não peço coisas. Sim. Tenho fé. Só que a minha fé não se apega ao que ela me pode proporcionar de benefícios. A minha fé está baseada no amor. A minha fé está fundamentada na paz e no bem. Posso pedir muito algo. Posso ficar indignada quando algo muito triste me acontece. Posso ficar decepcionada quando perco. Posso me sentir frágil e vulnerável com as perdas. E mesmo quando estou fraca demais pra pedir, conformada demais para acreditar, machucada demais para sentir, uma Força me move e me conduz para atravessar aquela tribulação, e quando penso que não consigo mais, Ela me repousa numa bonança. Esta Força eu chamo de Deus. O Deus que eu acredito. O Deus amor.
Professo a religião católica. Tenho senso-crítico dos erros humanos que ela cometeu. Assim, como qualquer fé ou religião, há erros, porque são conduzidas por pessoas. Por isso nossa fé não deve se prender ao ser humano, justamente por ser falho. Qualquer forma de Poder cega quando a vaidade e a soberba são fomentadas. Por isso é tão importante focar a fé no que aquela religião/seita /filosofia professa. Os dogmas e os ritos que elas realizam. Conhecer profundamente a essência desta fé e ver se esta acalma teu espírito, repousa teu coraçãozinho e te deixa em paz com você e com as pessoas à sua volta. Por isso, não importa o que você escolhe acreditar e como decide viver. Importa é como você se sente sinceramente preenchido e bem ali. E importa o quanto você respeita as diferenças e as escolhas de cada um. Se sentindo em paz e transmitindo paz e bem, pronto.
Conhecendo um pouco da filosofia do livro "O segredo", da autora Rhonda Byrne, em que a lei de atração do pensamento seria capaz de definir a vida das pessoas, posso dizer que se enquadra bem no que quero trazer a este pôst. Atraindo milhares de seguidores pela filosofia do ter, do consumismo, alienando-os a uma cômoda e superficial vida. Só que sabemos que só o pensar-desejar não resolve nada, pode estimular a pessoa a agir para conseguir aquilo que deseja, mas se a pessoa só ficar no pensar será tão estéril tão quanto a pessoa agir sem acreditar. A combinação do acreditar e fazer para tentar acontecer seria o caminho. Só que falar para as pessoas agirem não é tão atrativo. Tirá-las de sua inércia não vira best-seller. Mas oferecer um caminho fácil, do menor esforço vira frisson em nossa sociedade contemporânea.
Similar a isso vi no filme Desafiando Gigantes, quando um técnico fadado ao fracasso em sua vida pessoal e profissional se apega em Deus, e ali, ele e sua esposa, sendo fiéis à fé que professavam e mudando radicalmente seus estilos de vida viram suas vidas mudaram de fel pra vinho. Graças e mais graças. Barganhas e mais barganhas.
No Cristo é o show do ano passado, em Belo Horizonte, estava eu com minha mãe, e acompanhando as várias apresentações uma coisa me incomodou. A excessiva necessidade de mostrar as graças e graças recebidas. Testaram o Poder de Deus até para curar a dor de ouvido do filho de um deles. Nestes momentos que penso o quanto Deus é misericordioso! Ele pode até se sentir ofendido por ser tão vendido assim, mas mesmo assim Ele concede, por Sua infinita bondade, por saber que por mais que pensemos que sabemos, nada sabemos, e por nos envaidecermos, mesmo sendo tão pequenos. E assim se seguiram os shows. Curas e graças a todo o tempo. Então, sabiamente entra o Padre Fábio de Melo, e a primeira coisa que ele fala ao iniciar seu show foi mais ou menos assim: "mesmo quando não se vê milagres, mesmo quando não percebemos a Sua ação, Deus está ali." Pronto. Aquilo era a confirmação que eu precisava. Eu não podia ser a única naquele estádio que pensava assim. Eu não podia estar tão errada em pensar em um Deus que se manifesta nas pequenas coisas, que não precisa de estardalhaços e purpurinas para mostrar sua grandeza. Um Deus simples. Um Deus de amor. E ao ouvir estas palavras, senti a confirmação de Deus, acalmando meu coraçãozinho.
Meu pai sofreu 06 meses com um câncer de pulmão que se espalhou pelo corpo. Durante meses pedi muito a Deus sua cura. Já no seu findar, eu percebi que não era a vontade Dele. Então pensei que o maior milagre já tinha acontecido com a doença do meu pai: a união da família. Não precisava mais nada. Acredito que para acontecer uma mudança drástica de uma ordem natural deve-se ter uma razão muito grande. Por isso tantos milagres e curas já aconteceram e acontecem. Então as pessoas maquiavélicas, dispostas a "converter" as pessoas fragilizadas com as perdas tentam atribuir o não milagre à fé que aquela pessoa tem. Assim, vendem o "peixe" da sua fé. Na minha Igreja com certeza seu filho vai sair das drogas, seu marido vai parar de te trair, você vai arranjar emprego, sua avó vai se curar, seu cachorro vai parar de urinar pela casa e assim vai. Pobres pessoas. Tanto as que se convencem desta "verdade", tanto das que as manipulam. Pobreza de espírito. Não é uma Instituição que faz com que Deus cure ou não. É a fé. E mesmo, por vezes, quando se pediu com fé e nada aconteceu, não é porque a fé era pouca, mas porque não fazia parte dos Planos de Deus para aquele momento, ou, talvez, porque as pessoas não estavam prontas ou despertas para receber o milagre.
E então, culpa-se a Deus. Eu também já me senti muito ressentida com Ele. Não pela morte do meu pai, porque entendi que fazia parte da ordem natural da vida. Não por algo que "barganhei". Mas por uma perda que pra mim teve um significado bem maior, não que tivesse maior importância que meu pai, nada disso, mas pelo simples fato de não ter tido o consolo da conformidade da morte. Uma perda de algo que muito acreditava e zelava. Casamento é algo muito sagrado pra mim. E o dessacralizaram. O perdi pro mundo. Ora, por que Deus permitiria isso? Racionalmente eu sei que não foi Deus que fez isso acontecer. Assim como não é Deus que põe a droga na mão dos filhos, a chave do motel para os amantes, o cigarro na mão da avó doente de câncer, e por aí vai. Mas mesmo assim, insistimos em punir Deus. Assim, como barganhá-Lo. Ele podia ter quebrado a perna dele quando ele ia comprar a droga, ou quando ia sair com a amante, ou quando ela foi comprar o cigarro. Mas e o livre arbítrio? A nossa tão amada liberdade? Deus apenas respeita nossas escolhas. Ele manda sinais. Desde os mais sutis até os mais berrantes, só que Ele sabe que não importa quantos sinais Ele mande, porque se o coração estiver longe demais Dele, nunca serão percebidos. E mesmo assim, Ele acredita em nós e continua a enviar os sinais, até que um dia, os escutemos.
Sei que por mais que racionalmente sabemos que, por muitas vezes, passamos por momentos na vida que precisam ser passado, sem nos pouparmos, estamos tristes e frágeis demais para conformar e aceitar isso. Por isso, sempre é tempo de reconciliarmos com nossa fé., seja ela qual for. Voltarmos nossos coraçõezinhos para aquilo que acreditamos. Vivermos o que nos equilibra e nos edifica. Por conseguinte, neste retorno sempre recomeçamos mais amadurecidos, e se em outrora, se viveu uma fé vazia, de conveniências, nada justifica a insistência de manter uma fé de barganha, um amor de favores e trocas, um ouvir e viver só que nos interessa e nos é cômodo.
Respeito, Paz e Bem para todos!
Similar a isso vi no filme Desafiando Gigantes, quando um técnico fadado ao fracasso em sua vida pessoal e profissional se apega em Deus, e ali, ele e sua esposa, sendo fiéis à fé que professavam e mudando radicalmente seus estilos de vida viram suas vidas mudaram de fel pra vinho. Graças e mais graças. Barganhas e mais barganhas.
No Cristo é o show do ano passado, em Belo Horizonte, estava eu com minha mãe, e acompanhando as várias apresentações uma coisa me incomodou. A excessiva necessidade de mostrar as graças e graças recebidas. Testaram o Poder de Deus até para curar a dor de ouvido do filho de um deles. Nestes momentos que penso o quanto Deus é misericordioso! Ele pode até se sentir ofendido por ser tão vendido assim, mas mesmo assim Ele concede, por Sua infinita bondade, por saber que por mais que pensemos que sabemos, nada sabemos, e por nos envaidecermos, mesmo sendo tão pequenos. E assim se seguiram os shows. Curas e graças a todo o tempo. Então, sabiamente entra o Padre Fábio de Melo, e a primeira coisa que ele fala ao iniciar seu show foi mais ou menos assim: "mesmo quando não se vê milagres, mesmo quando não percebemos a Sua ação, Deus está ali." Pronto. Aquilo era a confirmação que eu precisava. Eu não podia ser a única naquele estádio que pensava assim. Eu não podia estar tão errada em pensar em um Deus que se manifesta nas pequenas coisas, que não precisa de estardalhaços e purpurinas para mostrar sua grandeza. Um Deus simples. Um Deus de amor. E ao ouvir estas palavras, senti a confirmação de Deus, acalmando meu coraçãozinho.
Meu pai sofreu 06 meses com um câncer de pulmão que se espalhou pelo corpo. Durante meses pedi muito a Deus sua cura. Já no seu findar, eu percebi que não era a vontade Dele. Então pensei que o maior milagre já tinha acontecido com a doença do meu pai: a união da família. Não precisava mais nada. Acredito que para acontecer uma mudança drástica de uma ordem natural deve-se ter uma razão muito grande. Por isso tantos milagres e curas já aconteceram e acontecem. Então as pessoas maquiavélicas, dispostas a "converter" as pessoas fragilizadas com as perdas tentam atribuir o não milagre à fé que aquela pessoa tem. Assim, vendem o "peixe" da sua fé. Na minha Igreja com certeza seu filho vai sair das drogas, seu marido vai parar de te trair, você vai arranjar emprego, sua avó vai se curar, seu cachorro vai parar de urinar pela casa e assim vai. Pobres pessoas. Tanto as que se convencem desta "verdade", tanto das que as manipulam. Pobreza de espírito. Não é uma Instituição que faz com que Deus cure ou não. É a fé. E mesmo, por vezes, quando se pediu com fé e nada aconteceu, não é porque a fé era pouca, mas porque não fazia parte dos Planos de Deus para aquele momento, ou, talvez, porque as pessoas não estavam prontas ou despertas para receber o milagre.
E então, culpa-se a Deus. Eu também já me senti muito ressentida com Ele. Não pela morte do meu pai, porque entendi que fazia parte da ordem natural da vida. Não por algo que "barganhei". Mas por uma perda que pra mim teve um significado bem maior, não que tivesse maior importância que meu pai, nada disso, mas pelo simples fato de não ter tido o consolo da conformidade da morte. Uma perda de algo que muito acreditava e zelava. Casamento é algo muito sagrado pra mim. E o dessacralizaram. O perdi pro mundo. Ora, por que Deus permitiria isso? Racionalmente eu sei que não foi Deus que fez isso acontecer. Assim como não é Deus que põe a droga na mão dos filhos, a chave do motel para os amantes, o cigarro na mão da avó doente de câncer, e por aí vai. Mas mesmo assim, insistimos em punir Deus. Assim, como barganhá-Lo. Ele podia ter quebrado a perna dele quando ele ia comprar a droga, ou quando ia sair com a amante, ou quando ela foi comprar o cigarro. Mas e o livre arbítrio? A nossa tão amada liberdade? Deus apenas respeita nossas escolhas. Ele manda sinais. Desde os mais sutis até os mais berrantes, só que Ele sabe que não importa quantos sinais Ele mande, porque se o coração estiver longe demais Dele, nunca serão percebidos. E mesmo assim, Ele acredita em nós e continua a enviar os sinais, até que um dia, os escutemos.
Sei que por mais que racionalmente sabemos que, por muitas vezes, passamos por momentos na vida que precisam ser passado, sem nos pouparmos, estamos tristes e frágeis demais para conformar e aceitar isso. Por isso, sempre é tempo de reconciliarmos com nossa fé., seja ela qual for. Voltarmos nossos coraçõezinhos para aquilo que acreditamos. Vivermos o que nos equilibra e nos edifica. Por conseguinte, neste retorno sempre recomeçamos mais amadurecidos, e se em outrora, se viveu uma fé vazia, de conveniências, nada justifica a insistência de manter uma fé de barganha, um amor de favores e trocas, um ouvir e viver só que nos interessa e nos é cômodo.
Respeito, Paz e Bem para todos!
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