The world is full of kings and queens, who blind your eyes and steal your dreams.
A frase é da música Heaven & Hell do Black Sabbath, e me instigou a fazer esta postagem.
Quantos reis e rainhas que usurpam a liberdade do outro. Quantas vezes fomos nós os usurpados? Quantas vezes fomos os usurpadores?
A cada dia temos a escolha de sermos edificadores ou destruidores da vida do outro.
Quem lhe rouba a paz? Quem lhe rouba de si?
Em outro post, Roubo das subjetividades, citei trechos do excelente livro do Padre Fábio de Melo, Quem me roubou de mim, que trata justamente destes reis e rainhas da música do Black Sabbath, e de como nos permitimos ser aprisionados por eles.
Até o que se diz mais esperto, ou o mais dono de si pode um dia se deixar envolver assim, e sem perceber, se prender nas teias das viúvas negras, prontas para se alimentar da felicidade de outrem.
Sempre sabemos de histórias reais à nossa volta, ou vemos na ficção. O fato é que sempre houve e sempre haverá Cleópatras, Leonardos, Ivones usurpadores. E sempre terão Júlio Césares e Marco Antônios, Catarinas, e Rauls como usurpados.
Estes eram inocentes? Desprovidos de domínio de si? Desprovidos de informação? Não. Apenas se permitiram submeter, de forma tão bem dissimulada e sutil, capaz de nem perceberam as suas brechas de fraquezas, por onde manipulavam esses maquiavélicos dominadores.
Os dominadores eram loucos, desequilibrados? Talvez, como vários casos conhecidos, como o pai austríaco que prendeu a filha por 20 anos, ou a jovem que ficou aprisionada por 08 anos em Viena, que chegaram ao extremo de cárceres reais. Contudo, as prisões da subjetividade deixam marcas profundas na alma. Só que por muitas vezes as pessoas simplesmente não percebem o mal que estão fazendo, por estarem profundamente embriagados pela vaidade do poder. O poder de subjugar alguém, de submetê-lo aos seus caprichos os deixam entorpecidos. Se eles foram sempre assim? Talvez. O fato é que eles não são assim, não é algo irrevogável, eles se tornaram assim, a partir do momento em que eles alimentaram este lado neles, como no post Cultivar a paz e o bem: a começar pelo que eu alimento.
A todo instante somos convidados a nos aprisionar por algum rei ou rainha. A todo instante temos a oportunidade de sermos este rei e rainha, e aprisionarmos alguém. A escolha é diária. E dar o direito de escolha também o é, como eu retratei no post Liberdade.
Contudo, escolher edificar o outro sempre requer mais trabalho, menos reconhecimento e por muitas vezes passar por desrespeitos e desconsiderações. Contudo, como vamos dormir? Como conseguimos dormir em paz? Certa vez ouvi de uma pessoa: pelo menos eu vou olhar pra trás e vou ver que dei o melhor de mim. Sábias palavras!
O amor é livre. Toda forma de amar deveria ter como princípio a liberdade. O sentimento de paz e tranquilidade em saber que diariamente a escolha é só sua de amar aquela pessoa, de estar com ela, e vice e versa, e assim, querer permanecer ali, em sua forma plena, sincera e verdadeira. Não é porque eu o gerei é que ele deve ter a obrigação de me amar. Não é porque Deus me deu a vida que devo ter a obrigação de amá-Lo. Não é porque ele se casou comigo que tem a obrigação de me amar. Não é porque ele me ajudou naquele momento difícil que tenho que ser seu amigo. Amo-os e sou amada por eles, porque optamos livremente por isso. Porque o amor só pode ser assim. Leve. Sincero. Fiel. Inteiro. Entregue. Como posso amar inteiramente se me divido? Como posso ser entregue se sou acorrentada? Como posso ser sincera se sou julgada? O amor nos permite sermos nós mesmos com o outro, e ainda assim, sermos amados. O amor nos permite escolher amar o outro, do jeito que ele o é, diariamente. O amor edifica. O amor restaura. O amor conforta. O amor consola. O amor acalma. O amor pode ser tudo de belo, se o deixá-lo ser livremente amor.
Não estamos condicionados a sermos sempre usurpadores ou usurpados. Eu escolho a liberdade! Eu escolho o amor. E você?
OBS: Obrigada Ubaldo, por ter me cedido a sua frase de inspiração do msn.
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