Talvez uma das maiores buscas da sociedade atual é a busca do equilíbrio de viver com liberdade. Há muitos exemplos de libertinagem à nossa volta, e até nossas experiências próprias, nos mostram um amargo lado do descontrole dessa liberdade que ainda não se consegue dosar.
O amadurecimento vem com este encontro de nós com nós mesmo. Um auto-conhecimento que nos permite nos limitar sem nos podar. Uma ciência de nós que nos permite sermos livres, sem precisarmos nos afundar no vazio do libertino.
O filme O libertino, com Johnny Deep representando a vida do John Wilmont, o 2º Conde de Rochester, no século XVII, na Inglaterra, e John Malkovich representando o rei Charles II. A vida do Conde era completamente descontrolada, marcada pela insaciedade que os excessos dos vícios proporcionam. Usava dos subterfúgios do subversivo para escandalizar. Proclamava em sua arte a sexualidade num tom erótico grotesco. Ele já não tinha mais valores, nem mais noção do certo ou errado. Alimentou tanto seu egoísmo que ele já dominava sua personalidade, sendo capaz apenas de se importar com suas vontades, mais fugazes e primitivas. Nem ver um dos seus amantes ser morto o abalou, deixou morrê-lo sem qualquer ajuda ou defesa, e fugiu simplesmente, sem o menor pesar. Terminou infeliz e só. Nem a amante que ele tanto venerou e se dedicou, esquecendo-se até de si e de todos, estava ali. Apenas sua esposa, sua mãe e um empregado fiel se mantiveram ao seu lado no seu leito de morte.
O livro A Casa dos Budas Ditosos, de João Ubaldo Ribeiro, conta a vida de uma mulher, regada de luxúria, como ela mesmo intitulou. Ela até que tem uns pensamentos coerentes, principalmente quando ela fala das barreiras que existem na sociedade para se viver a sexualidade em todas as suas vertentes, principalmente, o sexo entre dois homens, que em geral, recebe bem mais repúdio da sociedade, do que entre duas mulheres. Além dos pensamentos dela de quebrar as barreiras de que somos 100% alguma coisa, como a necessidade de nos dizermos inteiramente heteros ou homos. No entanto, o texto acaba ficando cansativo. Mas não é a leitura que é cansativa, e sim a vida da mulher. A sua vida se resumia em sexo, drogas e bebidas, proporcionados pelo dinheiro que sua família tinha. Tudo era tão fútil. Não trabalhava, e até seu mestrado havia sido "comprado" pelo sexo e pelo dinheiro. Então vamos percebendo que todas as pessoas que tinham algo mais denso, que a profundidade do pires, que era sua vida, era para ela como chatos. Para muitos que pensam que essa seria a vida perfeita e feliz, recomendo que leam este livro para perceberem o quanto de vazio e cansativo vai se tornando a leitura à medida que vamos adentrando a esta vida tão regada à luxúria e libertinagem. E então percebemos que a vida é muito maior que isso.
A música Sober, da Pink, que postei anteriormente, retrata justamente o vazio desta vida. O quanto é dolorido estarmos sóbrios, porque nos deparamos com a dura realidade da vida que estamos vivendo. E se não tivermos força para sairmos dessas fugas que aprisionam nosso corpo e nossa alma, estas fugas que nos condicionamos e nos acomodamos a elas, nos manteremos sempre na escura solidão e na infelicidade de nos sentirmos constantemente insaciados e vazios causados pelas superficialidades das relações efêmeras do eu com o próprio eu e do eu com o mundo, e então, será insurportável se manter sóbrio.
O mesmo também podemos sentir no livro Cem escovadas antes de ir pra cama, da autora Melissa Panarello, as experiências sexuais vividas pela autora, uma adolescente de 16 anos na época, conforme ela mesmo diz, entraria num círculo vicioso, que ela não conseguiria mais colocar limites, ou dizer não. Tudo era permitido. Tudo era libertino. Mas no entanto, ainda assim, havia profunda infelicidade. Quando chegava em casa, lágrimas e profundo sentimento de solidão e nojo lhe abatiam, e nem sempre conseguia passar pelo ritual, que ela denominava de purificação, de escovar cem vezes seus cabelos.
O limiar que tange o libertino do liberal é viver como se sente bem, em todos os campos de sua vida, seja afetiva, sexual, social, sempre respeitando os limites também do outro. A consciência sempre nos traz uma advertência quando estamos ultrapassando essa tênue linha. O problema só existe quando esta consciência já não é mais ouvida, ou simplesmente ignorada. A pessoa consegue viver tranquilamente, mesmo quando espanca uma mulher, em momentos de delírios sádicos, como entre muitos episódios vivido pelo Marquês de Sade, Donatien Alphonse François, um escritor transgressor que viveu na França, no século XVIII.
Há regras para ser livre?Há regras de como se viver? Há regras de como ser feliz? Não. Cada qual é único, sendo assim, cada qual vai modelando e descobrindo sua própria forma de viver bem. Contudo, existe apenas um fator que não pode deixar de ser observado sempre neste trilhar: o respeito. O respeito a si mesmo e aos outros.
O amadurecimento vem com este encontro de nós com nós mesmo. Um auto-conhecimento que nos permite nos limitar sem nos podar. Uma ciência de nós que nos permite sermos livres, sem precisarmos nos afundar no vazio do libertino.
O filme O libertino, com Johnny Deep representando a vida do John Wilmont, o 2º Conde de Rochester, no século XVII, na Inglaterra, e John Malkovich representando o rei Charles II. A vida do Conde era completamente descontrolada, marcada pela insaciedade que os excessos dos vícios proporcionam. Usava dos subterfúgios do subversivo para escandalizar. Proclamava em sua arte a sexualidade num tom erótico grotesco. Ele já não tinha mais valores, nem mais noção do certo ou errado. Alimentou tanto seu egoísmo que ele já dominava sua personalidade, sendo capaz apenas de se importar com suas vontades, mais fugazes e primitivas. Nem ver um dos seus amantes ser morto o abalou, deixou morrê-lo sem qualquer ajuda ou defesa, e fugiu simplesmente, sem o menor pesar. Terminou infeliz e só. Nem a amante que ele tanto venerou e se dedicou, esquecendo-se até de si e de todos, estava ali. Apenas sua esposa, sua mãe e um empregado fiel se mantiveram ao seu lado no seu leito de morte.
O livro A Casa dos Budas Ditosos, de João Ubaldo Ribeiro, conta a vida de uma mulher, regada de luxúria, como ela mesmo intitulou. Ela até que tem uns pensamentos coerentes, principalmente quando ela fala das barreiras que existem na sociedade para se viver a sexualidade em todas as suas vertentes, principalmente, o sexo entre dois homens, que em geral, recebe bem mais repúdio da sociedade, do que entre duas mulheres. Além dos pensamentos dela de quebrar as barreiras de que somos 100% alguma coisa, como a necessidade de nos dizermos inteiramente heteros ou homos. No entanto, o texto acaba ficando cansativo. Mas não é a leitura que é cansativa, e sim a vida da mulher. A sua vida se resumia em sexo, drogas e bebidas, proporcionados pelo dinheiro que sua família tinha. Tudo era tão fútil. Não trabalhava, e até seu mestrado havia sido "comprado" pelo sexo e pelo dinheiro. Então vamos percebendo que todas as pessoas que tinham algo mais denso, que a profundidade do pires, que era sua vida, era para ela como chatos. Para muitos que pensam que essa seria a vida perfeita e feliz, recomendo que leam este livro para perceberem o quanto de vazio e cansativo vai se tornando a leitura à medida que vamos adentrando a esta vida tão regada à luxúria e libertinagem. E então percebemos que a vida é muito maior que isso.
A música Sober, da Pink, que postei anteriormente, retrata justamente o vazio desta vida. O quanto é dolorido estarmos sóbrios, porque nos deparamos com a dura realidade da vida que estamos vivendo. E se não tivermos força para sairmos dessas fugas que aprisionam nosso corpo e nossa alma, estas fugas que nos condicionamos e nos acomodamos a elas, nos manteremos sempre na escura solidão e na infelicidade de nos sentirmos constantemente insaciados e vazios causados pelas superficialidades das relações efêmeras do eu com o próprio eu e do eu com o mundo, e então, será insurportável se manter sóbrio.
O mesmo também podemos sentir no livro Cem escovadas antes de ir pra cama, da autora Melissa Panarello, as experiências sexuais vividas pela autora, uma adolescente de 16 anos na época, conforme ela mesmo diz, entraria num círculo vicioso, que ela não conseguiria mais colocar limites, ou dizer não. Tudo era permitido. Tudo era libertino. Mas no entanto, ainda assim, havia profunda infelicidade. Quando chegava em casa, lágrimas e profundo sentimento de solidão e nojo lhe abatiam, e nem sempre conseguia passar pelo ritual, que ela denominava de purificação, de escovar cem vezes seus cabelos.
O limiar que tange o libertino do liberal é viver como se sente bem, em todos os campos de sua vida, seja afetiva, sexual, social, sempre respeitando os limites também do outro. A consciência sempre nos traz uma advertência quando estamos ultrapassando essa tênue linha. O problema só existe quando esta consciência já não é mais ouvida, ou simplesmente ignorada. A pessoa consegue viver tranquilamente, mesmo quando espanca uma mulher, em momentos de delírios sádicos, como entre muitos episódios vivido pelo Marquês de Sade, Donatien Alphonse François, um escritor transgressor que viveu na França, no século XVIII.
Há regras para ser livre?Há regras de como se viver? Há regras de como ser feliz? Não. Cada qual é único, sendo assim, cada qual vai modelando e descobrindo sua própria forma de viver bem. Contudo, existe apenas um fator que não pode deixar de ser observado sempre neste trilhar: o respeito. O respeito a si mesmo e aos outros.
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